Participante da equipe de halterofilismo do Minas Paraolímpico de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, Dádila Rodrigues, de 28 anos, sofreu um grave acidente há nove anos, ficou paraplégica e ficou dois anos isolada, sem perspectivas. Hoje Dádila coleciona títulos em competições e é uma das 127 atletas beneficiadas pelo programa Minas Olímpica Bolsa Atleta. A ação do Governo de Minas, promovida pela Secretaria de Estado de Esportes e da Juventude (SEEJ), visa contribuir, por meio de apoio financeiro, com uma manutenção da carreira dos atletas de alto rendimento, buscando dar condições para que se dediquem ao treinamento esportivo e participação em competições.
A proposta, segundo o secretário de Esportes e da Juventude, Braulio Braz, é promover o desenvolvimento pleno da carreira esportiva, de forma a manter e renovar periodicamente gerações de atletas com potencial para representar o país nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. “É gratificante demais ouvir o depoimento dessa atleta e saber que, mesmo com tantos desafios impostos pela vida, ela se superou e que nós, do Governo de Minas, estamos contribuindo, por meio de políticas públicas, com sua história. Reforço, mais uma vez, que nosso papel, enquanto gestor público, é o de melhorar a vida das pessoas para tornar Minas Gerais o melhor Estado pra se viver”, destacou o secretário.
Com o recurso, a atleta paga a academia onde treina e parte da faculdade e compra alimentos e suplementos. “Antes de receber a bolsa eu tinha que me apertar, e, mesmo assim, não conseguia ter uma dieta adequada”, explica.
História de superação
Dádila trabalhava com reforma de estofados e quando estava fazendo entrega no terceiro andar de um prédio, com um sofá nas costas, pisou em falso e caiu, rolando até o primeiro andar. “Partes da madeira perfuraram meu corpo e afetaram minha coluna. Recebi dos médicos o diagnóstico de que não poderia mais andar e tive amnésia durante seis meses. Não conseguia nem lembrar meu nome”, relembra Dádila. Foram dois anos e meio de isolamento, quando os amigos resolveram tomar uma atitude. “Eles me colocavam no passeio da minha casa, pra que eu pudesse ver gente, ter mais contato com os outros e me readaptar. E isso me ajudou muito, já que, morando sozinha, só podia contar com eles”.
Daí pra frente, mesmo com todas as dificuldades, Dália resolveu enfrentar as limitações e começou a trabalhar. “Fazia cursos de qualificação e participava de projetos sociais. Era muito difícil, mas minha meta era a de ter uma vida normal. Trabalhar, estudar, viver”.
A estreia em competições foi surpreendente. Há três meses participando da equipe, Dádila participou do Brasileiro em Goiás (GO), conquistou o ouro em sua categoria, 56kg, e ainda faturou o recorde nacional. Seu treinador, o técnico da equipe paraolímpica de halterofilismo de Uberlândia e da Seleção Brasileira da categoria, Weverton Lima dos Santos, diz que a história dela é um exemplo de vida. “Dádila é focada, tem atitude, persistência e nunca abaixa a cabeça, é uma referência como pessoa e como profissional”, relata o técnico. Segundo ele, a halterofilista tem melhorado a cada dia “e isso é mais importante do apenas ter a satisfação de se bater um recorde, ela sempre quer mais e é isso que a motiva”.
Entre 2010 e 2011, foram quatro recordes. O objetivo em 2012 é conseguir o índice mínimo para sair das etapas regionais e conseguir disputar as nacionais e, também, pleitear uma classificação para as paraolimpíadas de 2016. “Meu sonho é o de representar bem meu país e conquistar o ouro”.
Fonte: Ag. Minas
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