quinta-feira, 31 de maio de 2012

Em 14% dos casais, mulher é chefe da família.


Dar as ordens dentro de casa já não é mais exclusividade dos homens. A quantidade das famílias chefiadas por mulheres cresceu nos últimos anos, segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Entre 2001 e 2009, aumentou de 27% para 35% a proporção dos lares comandados por elas no País, totalizando quase 22 milhões de residências sob a chefia feminina. Apontado pelo instituto como um fato novo na sociedade brasileira, um perfil que desperta a atenção é o das mulheres que, mesmo com um companheiro, são o arrimo da família. Cerca de 14% dos casais com ou sem filhos eram chefiados por elas em 2009. Segundo o Ipea, "o tradicional arranjo casal com filhos com um homem como ‘cabeça do casal’ passa a ser substituído por situações em que a mulher é tida como a pessoa de referência na casa".
Em geral, as mulheres responsáveis pela família têm maior escolaridade, dividem a rotina de trabalho fora de casa com os afazeres domésticos, trabalham mais e ganham menos. "Não há mais a ideia da figura feminina só dentro de casa, mas nem por isso a mulher deixou de realizar as atividades domésticas, o que gera uma sobrecarga tanto física quanto emocional", diz Madalena Guilhon, coordenadora-geral do Elas Fundo de Investimento Social.

A taxa de fecundidade também diminuiu entre as mulheres, segundo dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 10 anos, despencou de 2,38 para 1,9 a quantidade de filhos por mulher, o que torna as famílias brasileiras cada vez menores. Hoje, em média, há 3,3 moradores por domicílio, contra 5,3 pessoas que dividiam o mesmo teto há 50 anos. "A maior escolaridade das mulheres e o acesso à educação permite que elas planejem a gravidez. Além disso, pesa a questão econômica. Criar um filho custa caro e a mãe quer sempre dar o melhor para ele", diz Madalena.

Ainda segundo dados do IBGE em 2010, mulheres com mais anos de estudo são mães mais tarde e têm menos filhos. Aquelas com ao menos o ensino fundamental completo tinham, em média, 1,68 filho, quase a metade do número de filhos tido por mulheres com até 7 anos de estudo, que é de 3,19.

Mas mesmo com tantas mudanças, a mulher ainda desempenha um importante papel no equilíbrio emocional da família. "Ela funciona como uma mediadora, uma figura de acolhimento, uma pessoa que decodifica o ambiente. A família é uma espécie de laboratório, onde é preciso ter alguém que ensine, acolha e escute. É importante que alguém cuide disso", diz a terapeuta familiar Maria Luiza Vieira Fava.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

“Remédio” feito de carne de crianças abortadas ou que nasceram mortas prometia a cura de doenças.



Supostas pílulas milagrosas – com o poder de curar e de melhorar o desempenho sexual – foram apreendidas por oficiais da alfândega na Coreia do Sul, que descobriram a presença de carne humana na composição das cápsulas. Os "remédios" de origem chinesa eram vendidos com a licença de uma companhia médica, que fazia o produto com a carne de bebês abortados ou que nasceram mortos. De acordo com o jornal norte-americano "The San Francisco Times", os testes feitos nas 17.451 pílulas apreendidas mostraram que elas continham 99,7% de carne de fetos, o que fere a dignidade humana e ainda deixa a pílula propícia para a reprodução de superbactérias.

Os resultados dos testes realizados na Coreia do Sul confirmam que a carne usada na fabricação seria repassada por clínicas de aborto. Segundo o jornal inglês "Daily Mail", para fabricar as pílulas, os corpos eram levados e colocados em geladeiras caseiras nas casas dos próprios envolvidos no esquema. Depois, os cadáveres eram removidos, levados para clínicas e colocados em um tipo de micro-ondas de secagem.

A descoberta das cápsulas foi divulgada na semana passada, apesar de ter acontecido em agosto de 2011. As autoridades sul-coreanas se disseram chocadas e afirmaram que reforçaram desde então a fiscalização nos voos provenientes da China. O governo chinês, por sua vez, não confirma a fabricação desse tipo de pílula no país e, segundo o ministério da saúde local, desde as primeiras denúncias, feitas pela imprensa sul-coreana no ano passado, uma investigação profunda tenta localizar a origem dessas cápsulas.

As autoridades da Ásia admitem a dificuldade para controlar o tráfico dessas pílulas, que seriam facilmente comercializadas para o mundo todo por meio da internet a pessoas desesperadas por uma cura.

Não há informação se os consumidores têm consciência de que há carne humana na composição do produto, apesar da superstição chinesa de que se ganha força ao engolir pedaços de crianças. Os remédios da medicina alternativa chinesa incluem até chifre de rinoceronte. Por mais estranho que seja, muitos chineses consomem placenta humana para, supostamente, aumentar a quantidade de sangue no corpo e melhorar a circulação.


Fonte: Folha Universal

domingo, 13 de maio de 2012

Agência de Notícias da Itália diz que Vaticano teria recebido R$ 1,2 milhão para enterrar chefe da máfia em basílica.


O dinheiro parece ser capaz de comprar tudo mesmo. Com o pagamento de 1 bilhão de liras italianas – a antiga moeda do país (cerca de R$ 1,2 milhão) – e o pedido encarecido de uma viúva, o enterro de um famoso chefão da máfia teria sido autorizado pela Igreja Católica, no interior de uma basílica do Vaticano, reservada a papas e cardeais. A informação, que chocou o país europeu, é da "Ansa", agência de notícias da Itália. Sua principal fonte é um funcionário do Vaticano.
Sob a garantia de anonimato, ele disse que há 22 anos, "apesar de inicialmente relutar", o cardeal Ugo Poletti (1914-1997), à época vigário-geral de Roma, "face ao montante conspícuo, deu sua bênção" para o enterro incomum de Enrico De Pedis, chefe do grupo mafioso Banda de Magliana, assassinado por comparsas em 1990.

Para justificar a atitude, especula-se que o dinheiro do mafioso teria sido utilizado "para fins nobres", como a restauração completa da Basílica de São Apolinário, além de bancar diversas missões católicas. O escândalo pode ser mais nefasto do que aparenta. O procurador Giancarlo Capaldo acredita que altos funcionários do Vaticano sabem muito mais do que o sepultamento de um simples mafioso. De alguma forma, eles estariam envolvidos com a Magliana – inclusive no episódio do desaparecimento em 1983 de Emanuela Orlandi, que tinha 15 anos. O pai da garota teria provas que ligam o Banco do Vaticano, o Istituto per le Opere di Religione, ao crime organizado. O sumiço seria, na verdade, um sequestro para forçá-lo a se calar. De Pedis, que teria organizado tudo, morreu, antes que pudesse depor sobre o caso. "Há pessoas que estão vivas dentro do Vaticano, e sabem a verdade", diz Capaldo.

Outra teoria sugere que os restos de Emanuela estariam junto ao corpo de De Pedis, como forma de ocultar as provas do crime. O Vaticano nega. Para encerrar as suspeitas, se dispôs a abrir a cripta especial do mafioso diante da polícia. E negocia a transferência do corpo para local mais adequado. "Parece que nada foi escondido e não há segredos do Vaticano a serem revelados", declarou Federico Lombardin, porta-voz do Vaticano.


Fonte: Folha Universal

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Profissionais virtuais. Brasil já tem mais de 1 milhão de estudantes matriculados em cursos a distância.


Reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC) há 12 anos, os cursos a distância no Brasil já contam com mais de 1 milhão de matriculados apenas na graduação, sendo que há mais de 150 mil profissionais formados para o mercado, além dos estudantes que aderem à modalidade para cursos de especialização, pós-graduação, MBA, formação no ensino básico ou médio. Com cada vez mais espaço para o ensino a distância, o governo de São Paulo já anunciou investimento para a criação da Fundação Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp), que poderá começar a operar já no ano que vem. O acesso à informação aumenta, mas isso significa mais mão de obra qualificada?

Para a educadora Betina Von Staa, palestrante da Educar Educador 2012, a resposta é sim. "Um programa bem feito e organizado pode fazer com que o ensino a distância seja tão ou mais eficaz que o presencial. Não é dar o conteúdo e passar a prova. Existem ferramentas em que dá para acompanhar passo a passo o aluno, verificar se visitou o espaço, e ainda registrar tudo o que o aluno vê, lê, escreve e fala. Fica guardado para análises minuciosas. No presencial, o professor não conhece os alunos silenciosos", destaca a educadora.

O atual presidente da Associação Brasileira dos Estudantes de Educação a Distância (ABE-EAD), Ricardo Holz, concorda com Betina. Aluno de curso a distância desde o 2º ano do ensino médio, quando ingressou no Telecurso 2000, Holz se formou em Gestão Pública em um curso não presencial e hoje faz MBA na mesma área, também a distância. "Prefiro pela flexibilidade de tempo. Posso estudar no ritmo e condições que preciso, mas tem que ter mais determinação e organização. Você pode estudar a qualquer hora, mas tem que assistir à aula, acessar o conteúdo, ler livros, procurar tutores e professores para tirar dúvidas", avisa Holz, que foi até a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, participar de curso sobre desafios do ensino.

Apesar do crescimento dessa modalidade, ainda há muito a evoluir. Diante dos mais de 2 milhões de cursos disponíveis, segundo o censo da Associação Brasileira de Educação a Distância, a qualidade desse tipo de formação continua sendo questionada. "Ainda tem muito aluno e instituição que acham que o curso é fácil por não ser presencial. Os alunos e os professores precisam se dedicar", afirma a educadora, que acredita no modelo para ampliar as possibilidades a quem não têm acesso à educação por questões geográficas ou falta de tempo.

Na hora de procurar emprego também existe um pouco de desconfiança, ainda que isso esteja se tornando menos comum. "Há ainda uma discussão entre os profissionais de recursos humanos do quão eficientes são esses cursos, apesar de sabermos que, no final, depende mais da dedicação de cada um", diz Ricardo Barcelos, executivo da Havik, consultoria de recrutamento e desenvolvimento de profissionais.

Já para Constantino Cavalheiro, diretor da Catho Educação, outra empresa de recrutamento, o preconceito pode ser quebrado na entrevista. "Nessa hora dá para verificar o conhecimento e nem é avaliado se o curso tem 10%, 30% ou 100% de aulas presenciais. Se o candidato precisa falar inglês, é isso que importa. Não interessa como ele aprendeu. O mesmo vale para conhecimento em finanças ou qualquer outra área", atesta Cavalheiro, em opinião semelhante à da sócia da Acalântis RH, Fran Winandy. "Pode haver um receio na graduação, porque o aluno pode não ter a maturidade necessária, em uma pós-graduação é mais comum a mescla de aulas presenciais e on-line. Mas, se o profissional é bom no trabalho e tem experiência no mercado, não é algo que vá fazer diferença.



Fonte: Folha Universal

sábado, 5 de maio de 2012

Erros de grafia reprovam até 40% de universitários candidatos a vagas de estágio.


Os brasileiros se acostumaram a ver estampadas em ruas de todo o País placas com berrantes erros ortográficos. De tão comuns, esses erros espalhados pela paisagem de quase todas as cidades já viraram livro e objeto de lei que prevê multa a quem mantiver expostos esses desvios da norma culta. Mas não é só entre trabalhadores de baixa qualificação que o português tem sido maltratado. Uma pesquisa do Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube) apontou que erros ortográficos em português são o motivo de reprovação de pelo menos 40% dos universitários em processos seletivos para estágio. Para os especialistas, os candidatos têm se preocupado cada vez mais em incrementar o currículo com cursos de formação complementar, informática, viagens ao exterior e outros idiomas, deixando de lado o básico.

"Hoje os estudantes procuram o domínio do inglês, do espanhol e se esquecem da primeira língua. Mas o português é o fator decisivo", explica Aline Barroso, supervisora de recrutamento e revisão do Nube.

O estudo pesquisou ditados aplicados a candidatos a estágios em que os universitários precisavam escrever 30 palavras e só podiam errar seis. Em alguns casos, as faltas passam de 20. "Não são palavras esdrúxulas. São termos usados no dia a dia da faculdade ou que fazem parte da rotina do mercado de trabalho que eles pretendem adentrar, como prospecção, no caso dos publicitários", explica Aline. Para a entidade, a falta de leitura é a principal razão para tantos erros. Além da adoção desse hábito, a entidade recomenda a busca por cursos on-line para suprir as carências.
De modo geral, o brasileiro lê pouco. Segundo a pesquisa Retrato da Leitura no Brasil, 50% da população não leu sequer parte de um livro nos últimos 3 meses.

"Para escrever bem, é preciso ler bem e bastante. E para escrever, é preciso pensar", declara o jornalista José Eduardo Camargo, autor do livro "O Brasil das Placas", que registrou fotos de placas com erros de português em várias cidades do País. "Os erros ortográficos não falam nada sobre a escolaridade de quem escreveu. Mas, para a criança, é fundamental entender que a norma culta é importante porque estabelece um padrão. Mas o erro de hoje pode não ser o erro de amanhã", afirma. "Mas também não podemos esconder o sol com a peneira. O Brasil tem um défice educacional muito grande."

Para o linguista e professor da Universidade de Brasília Marcos Bagno, mais do que a falta de leitura, erros na hora de ensinar influenciam os erros na hora de escrever. "A ortografia do português é muito mais fácil do que a do inglês ou do francês. Mas o ensino de língua no Brasil ainda é muito tradicional e não se concentra em leitura e escrita. Em vez de incentivar o letramento, se concentra em nomenclaturas, essa coisa ‘gramatiqueira’, que já se provou não servir para nada." O professor ainda rechaça as críticas feitas comumente à linguagem usada na internet e as afirmações de que ela aumenta a dificuldade em assimilar a ortografia oficial: "Não vejo nenhum mal na questão da internet. Acho que é perfeitamente possível o convívio da regra com as novas tecnologias. A questão é ensinar e aprender na escola que há um lugar para cada coisa".


Fonte: Folha Universal