quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Observatório da Web é adotado pela Secretaria de Saúde como estratégia de combate à dengue


Por meio das informações postadas na web e filtradas pelo Observatório da Dengue, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) pretende cumprir um papel decisivo no controle epidemiológico da doença, aperfeiçoando e regionalizando as ações de combate à Dengue no Estado. Utilizado inicialmente, de forma experimental, o serviço oferecido pelo Observatório da Web pode auxiliar na descoberta de casos da doença antes que ela se torne epidemia.
Desenvolvido por uma equipe de pesquisadores do Departamento de Ciências da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Observatório da Dengue pretende identificar, por meio do mapeamento das mensagens que fazem menção à dengue na web, os locais em que podem ocorrer casos da doença. “O observatório utiliza um mecanismo que relaciona o volume de mensagens postadas no Twitter e Facebook com a ocorrência de focos de dengue através do tagueamento de palavras-chave como dengue, mosquito e Aedes aegypti, além dos sintomas próprios da doença - febre, dor de cabeça, dor no corpo”, explica o coordenador do Programa Estadual de Combate à Dengue da SES-MG, Rodrigo Queiroga.
De acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinam), já foram notificados, em Minas, 2.459 casos de dengue em 2012. Ainda não existem óbitos em investigação e/ou óbitos confirmados para dengue grave. Em 2011, foram notificados 64.862 casos da doença em Minas, com 23 mortes confirmadas, sendo que, em 2010, a situação foi ainda pior, com mais de 260 mil casos notificados e 106 óbitos.
Visando controlar a proliferação do vetor e assim diminuir o número de pessoas acometidas pela dengue, o Governo de Minas promove ações conjuntas com as prefeituras dos municípios que apresentam índices elevados de focos identificados pelo Levantamento Rápido de Índice para Aedes aegypti (Liraa).
Embora esse levantamento permita que os municípios acompanhem a situação da infestação e se apresentem como um instrumento eficaz no controle da doença, a notificação não abrange a totalidade dos municípios mineiros e não permite a consolidação dos dados em tempo real. Por isso, o Observatório da Dengue tem se destacado como uma ferramenta de monitoramento complementar.
Segundo Rodrigo Queiroga, o observatório vem sendo utilizado experimentalmente há cerca de três meses e ainda não forneceu informações diferentes das apontadas pelo Liraa. “Ainda não foi registrada nenhuma anormalidade. A previsão é que isso aconteça agora, com a chegada do verão, quando os números de casos da doença tendem a subir, devido às chuvas e ao calor”, aponta. Além do mais, com o monitoramento, o governo “pretende alcançar os 853 municípios mineiros, o que não é possível apenas com o Liraa”, completa o coordenador.
Ainda de acordo com ele, o novo serviço permite que o poder público tenha acesso às informações antes mesmo da oficialização pelos municípios. “Essa agilidade permite que o Estado haja imediatamente sobre o problema, antes que ele atinja índices alarmantes”, afirma. Além disso, os próprios usuários conseguem se informar sobre a possibilidade da eclosão de epidemias nas localidades onde moram ou trabalham e têm a oportunidade de agir paralelamente.
O Observatório da Dengue também vai permitir que o poder público possa avaliar o impacto das campanhas contra a doença. “Pretendemos monitorar não somente a doença, mas as ações de mobilização voltadas para a dengue. Queremos saber até que ponto estamos sendo efetivos com as campanhas”, conclui Rodrigo Queiroga.


Fonte: Ag. Minas